terça-feira, 2 de março de 2010

Maureen Bisilliat

O ano passado foi excepcional em termos de fotografia no Brasil. Vieram para cá exposições fotográficas fantásticas, como Henri Cartier-Bresson, Walker Evans, Pierre Verger, Robert Doisneau, etc. Além disso, a Galeria de Babel trouxe a agência de fotografia Magnum ao Brasil.

Tomara que o ritmo continue este ano! E, pra começar, recomendo aqui uma bela exposição:



E, melhor, a própria fotógrafa irá fazer uma visita guiada dia 04/03/2010 às 18:00hs.

Dentro da exposição também está sendo exibido o documentário "Xingu/Terra", com direção dela, em projeção digital. Inicialmente filmado em 16mm e ampliado para 35mm, o filme ganhou os prêmios de melhor fotografia (Lúcio Kodato, ABC), melhor som (som direto: Sidnei Paiva Lopes), montagem e edição de som (Roberto Gervitz) no XIV Festival de Brasília do Cinema Brasileiro - Nov. 1981.

Vejam press-release abaixo:





SESI-SP E INSTITUTO MOREIRA SALLES APRESENTAM EXPOSIÇÃO DE MAUREEN BISILLIAT


Realizada pelo SESI-SP e IMS, a mostra fotográfica será aberta à visitação pública gratuita a partir de 2 de março.



Entre 2 de março e 4 de julho, um acervo com cerca de 200 imagens - editadas pela fotógrafa inglesa Maureen Bisilliat com a colaboração dos curadores do Instituto Moreira Salles (IMS) - estará exposto, gratuitamente, na Galeria de Arte do SESI-SP. No dia 4 de março, às 18h, Maureen Bisilliat fará uma visita guiada com os visitantes da exposição.

A mostra Maureen Bisilliat: fotografias / Acervo Instituto Moreira Salles, que ficou em cartaz no IMS-RJ até 17 de janeiro, chega a São Paulo mais extensa e com novidades. Alguns ensaios ganharam novas imagens, como Pele Preta, composto por fotografias feitas quando Maureen, ainda estudante, frequentava ateliês de modelo vivo. Também ganhou volume a série dedicada aos romeiros.

O público paulistano poderá conferir ensaios inéditos. Chorinho Doce, por exemplo, tem fotografias feitas em grande parte no Vale do Jequitinhonha e inspiradas nos poemas de Adélia Prado.

Outros capítulos que compõem esta exposição também tiveram começo nas obras de um autor. Ao longo de sua profissão, Maureen Bisilliat produziu equivalências fotográficas sobre os universos de Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna e Euclides da Cunha.

Além das referências literárias, a mostra sintetiza situações vividas ao longo da carreira de Maureen, seja nas viagens ao Japão, África e Bolívia, seja durante os anos de glória no fotojornalismo, com os ensaios Caranguejeiras, Mangueira, e China.

Na série dedicada ao Xingu, os visitantes da mostra poderão ver uma canoa, com seis metros de comprimento, produzida de acordo com a tradição indígena. Além disso, durante toda a mostra, haverá a projeção de Xingu/Terra, documentário feito na década de 1980 por Maureen Bisilliat e Lúcio Kodato, rodado na aldeia mehinaku, no Alto do Xingu.

O objetivo da exposição, que tem curadoria de Sergio Burgi, é realizar uma leitura simultânea entre a produção fotográfica e a produção editorial de Maureen Bisilliat, revelando tanto a fotógrafa como a editora de imagens e textos reunidos nas diversas publicações que produziu. Por isso, haverá na mostra um espaço dedicado ao processo gráfico e de concepção intelectual de Maureen, reunindo, além das suas publicações, grande parte do material que serviu de base para sua criação: correspondências com Jorge Amado, conversas com Guimarães Rosa, recortes de jornais, provas de gráfica e fotografias.

Também será inédita a sala voltada à variada produção artística da fotógrafa, marcada principalmente após a década de 1970, com referências à extinta galeria O Bode, dedicada à divulgação da arte popular brasileira; ao seu trabalho como curadora no Pavilhão da Criatividade, no Memorial da América Latina; e à sua atuação em projetos sociais ligados à produção audiovisual, em parceria com a filha Sophia Bisilliat.

Livro: Maureen Bisilliat - fotografias
A publicação homônima à exposição reconstrói a trajetória de Maureen ao longo de 50 anos de profunda atividade criativa. O livro, editado pela própria fotógrafa, reúne 12 ensaios fotográficos, dispostos de forma delicada e subjetiva. As imagens são combinadas a textos variados, resultando em parcerias artísticas formadas entre Maureen e João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Jorge Amado e Euclides da Cunha. Mas este livro é mais do que um livro de fotografia. É também uma biografia de Maureen – cuja vida foi reconstruída pela escritora e jornalista Marta Góes –, uma antologia visual das paisagens, pessoas e objetos que a marcaram ao longo da vida, uma reunião das melhores críticas já escritas sobre seu trabalho, uma bibliografia comentada pela autora, uma fonte de referências inestimáveis sobre suas publicações, exposições, vídeos e filmes.

Maureen Bisilliat – Fotografias
304 pgs
ISBN: 978-85-86707-45-2
23 x 30 cm
R$ 140,00


Sobre a fotógrafa


Sheila Maureen Bisilliat nasceu em Englefieldgreen, Surrey, Inglaterra, em 1931. Estudou pintura com André Lothe em Paris (1955) e no Art Students League em Nova York (1957) antes de se fixar definitivamente no Brasil em 1957, na cidade de São Paulo. Trabalhou para a Editora Abril entre 1964 e 1972, fotografando para várias publicações, das quais destaca-se a revista Realidade.

É autora de livros de fotografia inspirados em obras de grandes escritores brasileiros, como A João Guimarães Rosa, em 1966; Sertões – Luz e trevas, de 1983, baseado no clássico de Euclides da Cunha (1866-1909); O cão sem plumas, de 1984, referenciado no poema de mesmo título de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), e Bahia amada amado, de 1996, com seleção de textos de Jorge Amado (1912-2001).

Em 1985, expõe em sala especial na 18ª Bienal Internacional de São Paulo um ensaio fotográfico inspirado no livro O turista aprendiz, de Mário de Andrade (1893-1945). Ela produziu, ainda, Xingu – Território tribal (1979) e Terras do rio São Francisco (1985). A partir da década de 1980, dedicou-se ao trabalho em vídeo, com destaque para Xingu/terra, documentário de longa-metragem rodado com Lúcio Kodato na aldeia mehinaku, no Alto Xingu.

Recebeu bolsa da John Simon Guggenheim Foundation, Estados Unidos (1970), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (1981/1987), da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (1984/1987) e da Japan Foundation (1987). Formou o acervo de arte popular do Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina, São Paulo, o qual dirige desde 1988. Ela obteve o prêmio de Melhor Fotógrafo da Associação dos Críticos de Arte de São Paulo (1987).
Em dezembro de 2003, sua obra fotográfica completa, composta por cerca de 16 mil imagens - fotografias, negativos preto e branco e cromos coloridos, nos formatos 35 mm e 6 x 6 cm - foi incorporada ao acervo fotográfico do Instituto Moreira Salles.

SERVIÇO:

Exposição Maureen Bisilliat: fotografias / Acervo Instituto Moreira Salles
Vernissage: dia 1º de março de 2010, às 19h – fechada para convidados
Local: Galeria de Arte do SESI-SP - Av. Paulista, 1313 – metrô Trianon-Masp
Exposição: de 2 de março a 4 de julho de 2010
Horários de visitação: segunda-feira, das 11h às 20h; de terça-feira a sábado, das 10h às 20h; e domingo, das 10h às 19h.
Informações: (11) 3146-7405 / 3146-7406

www.sesisp.org.br/centrocultural

Entrada: franca
Agendamento de grupos: (11) 3146-7396 – de segunda a sexta-feira, das 10h às 13h e das 14h às 17h.


SESI-SP e SENAI-SP / FIESP
www.sesisp.org.br
www.sp.senai.br

IMS-SP
www.ims.com.br


Veja também matéria sobre Maureen no programa Provocações, do Abujamra:
http://www.tvcultura.com.br/provocacoes/programas/1039

PS: em 19/07/2010 John Bailey, ASC, fez um lindo post analisando a obra e a vida de Maureen:
http://www.ascmag.com/blog/2010/07/19/maureen-bisilliat-brazil%E2%80%99s-camera-poet/