sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Observadores - fotógrafos da cena britânica desde 1930 até hoje


sexta-feira, 20 de abril de 2012


Para todos aqueles que trabalham com filmagens, especialmente com cinema, acontecerá a Semana ABC, de 09 a 11 de maio de 2012, na Cinemateca Brasileira. Não percam!!!!

A programação da Semana ABC 2012 contará com debates com os mais renomados profissionais do mercado. Haverá também uma exposição de equipamentos e serviços, que acontecerá no foyer da sala BNDES e na área externa da Cinemateca. Até o momento, os expositores confirmados são: Barcelona Filmes, Câmera 2, Cinecolor Digital, Cinepro/Dot, Electrica, Locall, Quanta Post, Solar Luzes Especiais e White Gorilla.

A Semana ABC é aberta ao público e a entrada é franca.  Serão distribuídas senhas a partir da 8h:30 para as mesas do período da  manhã e das 13h para as da tarde.



PROGRAMAÇÃO SEMANA ABC 2012



09 de maio, quarta-feira

9h30 - Mesa 1: Workflow  Digital  I
Soluções criativas para o set de filmagem.
Monitoração e direcionamento de cor no set.

Mediador: Marco Oliveira (colorista)
Palestrantes: Daniel Rezende (diretor), Marcos Jorge (diretor), Paulo Barcellos (representante White Gorilla), Ricardo Della Rosa (diretor de fotografia)

11h15 - Mesa 2: Workflow  Digital  II
Captação | "Revelação" e pós-produção da imagem digital. Perdas e ganhos nos diferentes fluxos de trabalho.
É possível manter o controle da imagem criada pelo diretor de fotografia?

Mediador: Marcelo Trotta (diretor de fotografia)
Palestrantes: Adrian Teijido (diretor de fotografia), Carlos Vecchi (supervisor de pós –produção da O2 Filmes), José Augusto De Blasiis (coordenador de operações do CasablancaLab e do curso de Cinema Digital da Universidade Metodista de São Paulo)

Intervalo: das 13h às 14h

14h30 - Mesa 3: A ABC como ponto de encontro da comunidade
O olhar de produtores, diretores, fornecedores e técnicos sobre as transformações em curso nos modelos de produção tradicionais. Novas tecnologias correspondem a novos métodos?

Mediador: Lauro Escorel (diretor de fotografia)
Palestrantes: André Sturm (diretor do MIS – Museu da Imagem e do Som), Fabiano Gullane (produtor executivo da Gullane), João Daniel Tikimiroff (diretor), Leyla Fernandes (representante Apro), Paulo Ribeiro (representante Abele)

17h00 - Mesa 4: Apresentação da nova câmera Alexa Studio
Apresentação, por representante da ARRI, da sua nova Câmera Alexa Studio e suas recomendações de workflows.

19h30 – Coquetel de abertura oferecido pela ABC e ARRI



10 de maio, quinta-feira

9h30 - Mesa 5: Novas perspectivas no ensino de cinematografia na era digital
Discussão, entre representantes das instituições de ensino, sobre as novas abordagens e os desafios no ensino de cinematografia na era digital.

Mediador: Ninho Moraes (Cásper Libero)
Palestrantes: André Moncaio (AIC), Cleber Eduardo Miranda dos Santos (SENAC), Fernando Scavone (ECA-USP), José Augusto De Blasiis (Metodista), Nina Tedesco (UFF)


11h15 - Mesa 6: A cor na Tela
Um encontro interdisciplinar e investigativo sobre o uso da cor na arte em geral e na direção de arte em particular. Sua potencialidade expressiva na criação do jogo cênico, seu papel na composição do universo visual de um filme, na caracterização e evolução dos personagens e sua função específica dentro da narrativa.

Mediadora: Vera Hamburger (diretora de arte)
Palestrantes: Beth Filipecki (figurinista), Tulé Peake (diretor de arte), Walter Carvalho (diretor e diretor de fotografia)
Coordenação: Ana Mara Abreu, Cassio Amarante, Clo Azevedo, Isabelle Bittencourt, Marcos Carvalheiro, Vera Hamburger

Intervalo: das 13h às 14h

14h30 - Mesa 7: Convidado Internacional: Marcelo Pont

Um dos mais importantes Diretores de Arte do cinema argentino(“O Segredo de Seus Olhos” (2009)de Juan José Campanella, entre outros) compartilha suas experiências profissionais. O objetivo é promover uma reflexão sobre as nossas diferenças e semelhanças dentro da perspectiva de um mercado panamericano de cinema, que nos aproxima e nos une.

Participação: Cassio Amarante (diretor de arte) e Adrian Teijido (diretor de fotografia)

17h00 - Mesa 8: Apresentação da nova câmera F65
Apresentação, por representante da Sony, da sua nova Câmera F65, com projeção em 4K do Demo Reel, e suas recomendações de workflows




11 de maio, sexta-feira

9h30 - Mesa 9: O som no cinema contemporâneo: conceitos e novas tecnologias
A opção estética de um filme influência diretamente as escolhas técnicas e o fluxo de trabalho com o som. Discutir o uso do som no cinema contemporâneo é refletir sobre a importância de se pensar a sonoridade de um filme durante todo o processo criativo, isto é, desde o roteiro. Em última instância, é também analisar a contribuição das novas tecnologias para o processo criativo.

Participação do convidado internacional: Guido Berenblum.
Técnico de som direto e editor de som cinematográfico. Natural da Argentina, é diretor de som de filmes como "O Pântano" (2000), "A Menina Santa" (2004) e "A Mulher Sem Cabeça" (2008), todos de Lucrecia Martel; “Café dos Maestros” (2008) de Miguel Kohan; “Hamaca Paraguaya” (2006) de Paz Encina; “Los Guantes Magicos” (2003) de Martin Rejtman; “Garage Olimpo” (1998) de Marco Bechis, entre muitos outros. Também ministra a oficina "Edição de Som em Formato 5.1" na Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de Los Baños (EICTV) desde 2010.


Mediador: Bernardo Marquez (editor de som, técnico de som direto e microfonista)
Palestrantes: Eduardo Santos Mendes (sound designer e professor de som da ECA/USP e Tide Borges (técnica de som e professora da disciplina “Direção de Som” na FAAP).

11h15 - Mesa 10: Futuro do Audiovisual
Paradigmas técnicos, artísticos e de negócio na indústria do audiovisual.

Mediador: Carlos Ebert (diretor de fotografia)
Palestrantes: Artur Matuck (pesquisador e artista plástico), Fábio Lima (Diretor fundador da MOBZ), Guido Lemos (professor da UFPB e pesquisador do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (LAVID), Stuart Bowling (representante da Dolby).


Intervalo: das 13h às 14h

14h30 - Mesa 11: Workflow Digital III
Parte 1 - Perdas e ganhos dos diferentes fluxos de trabalho.
Masterização | DCPs | Diferentes modos de distribuição e Projeção da Imagem e do Som.

Mediador: José Francisco Neto (representante Cinepro/Dot)
Palestrantes: Adhemar Oliveira (exibidor e fundador do Espaço Itaú de Cinema), Hugo Gurgel (representante Quanta Post), Jorge Peregrino (distribuidor), Luiz Adelmo (sound designer, editor de som e mixador).

Intervalo

Parte 2 - As futuras tendências do Cinema Mundial:
* Um panorama da entrada do Cinema Digital e 3D no mundo.
* O papel das normas (SMPTE) e especificações (DCI).
* Os princípios básicos do pacote de cinema digital (DCP), e porque isso torna possíveis novos formatos no cinema.
* O futuro: novos formatos de som e de imagens

Apresentação feita pelo convidado internacional Michael Karagosian, presidente da MKPE Consulting LLC, empresa de consultoria, baseada em Los Angeles, para desenvolvimento de negócios em cinema digital. Ele vem trabalhando há 30 anos na indústria cinematográfica, e nos últimos 12 anos na implantação do cinema digital, dando consultoria para fabricantes, desenvolvedores de software, integradores de sistemas, empresas de telecomunicações, organizações governamentais e organizações comerciais. As atividades recentes de Michael incluem a negociação de acordos de implantação do cinema digital nas Filipinas e Irlanda. Foi também assessor do UK Film Council para a Digital Screen Network e membro do conselho de administração da In-Three, a primeira empresa de conversão de cinema 2-D para 3-D. No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, Michael liderou o desenvolvimento de produtos dos laboratórios Dolby, onde foi responsável pela stereo surround para filmes de 70 milímetros e do primeiro processador de som THX. Ele presidiu vários comitês para padronização do cinema digital na Society of Motion Pictures and Television Engineers (SMPTE), incluindo o desenvolvimento do Pacote de Cinema Digital (DCP) e DCI. Recentemente ele recebeu o título de Membro Honorário do SMPTE, e atualmente preside o SMPTE TC-21DC Higher Frame Rate Study Group.



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Fundada em 2000, a Associação Brasileira de Cinematografia (ABC) congrega artistas e técnicos de todas as áreas da produção cinematográfica. Anualmente, a entidade promove o Prêmio ABC, concedido aos melhores trabalhos em direção de fotografia, montagem, som e direção de arte para longas-metragens e em cinematografia para curta-metragem, filmes publicitários, programas de televisão e produções estudantis.

A ABC ainda promove anualmente a Semana ABC, reunindo associados e estudantes numa programação intensa de palestras, debates e workshops, que culmina com a entrega do Prêmio ABC 2012 no dia 12 de maio. Confira mais informações sobre a mostra e demais atrações nos sites www.cinemateca.gov.br ou www.abcine.org.br.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Namartha: SP ganha laboratório e núcleo audiovisual

Uma ótima notícia para fotógrafos profissionais e amadores. Será lançado em São Paulo amanhã, dia 12/04, o laboratório de revelação e tratamento de imagens namartha. O projeto é de Martha Reis, especialista na gestão de laboratórios de pós-produção de longas metragens como Cidade de Deus e Cinema, Aspirinas e Urubus.
A ideia é unir o melhor de dois mundos distintos porém idênticos em suas essências: a fotografia digital e analógica. Segundo Martha, o laboratório pretende discutir formas alternativas de produção, além de alcançar a geração que nasceu na era da imagem digital e desconhece os processos analógicos. “Sempre acreditei no híbrido entre digital e analógico, sem polarizações”, conta a especialista.
Para chegar a mais pessoas, o namartha terá diferentes pontos de coleta de negativos ao invés de uma loja própria. O primeiro deles será a loja Hotel Tees, na esquina da rua Augusta com a Matias Aires. A comunicação entre clientes e equipe acontecerá via Facebook.





O namartha chega com uma festa de lançamento no próprio Hotel Tees. Além de música, o evento terá exibição da nanometragem Come Play With Us, remake de um clássico do suspense e também o lançamento do Fanzine #1 do namartha. “O conceito do namartha vai além da revelação e tratamento, somos de fato um grupo envolvido em projetos experimentais”, explica Martha.
Pena que não estarei em São Paulo para prestigiar a festa. Mas certamente pretendo mandar meus negativos pra lá e participar dos próximos eventos.

Saiba mais:
http://www.facebook.com/namarthalab

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Carta aberta dos Continuístas

Caros produtores,

Há alguns anos percebemos uma crescente incompreensão do papel do continuísta nos sets defilmagem/gravação. Hoje muitos filmes estão sendo feitos sem continuísta, pois muitas pessoas desconhecem o que nossa função pode oferecer a um projeto. Esse e-mail tem como objetivo esclarecer algumas questões referentes a nossa profissão.
Segue uma breve descrição das nossas atividades em todas as fases de produção.

Durante a pré-produção, as tarefas de um continuísta são:

- fazer a cronologia do roteiro. Isto significa estabelecer os dias e noites da história e indicar em que “hora do dia” as cenas ocorrem. Fazendo isso é possível ter uma radiografia do roteiro, checar possíveis falhas na trama, incoerências, como se desenvolvem os personagens e até mesmo o ritmo das cenas;
- a partir da cronologia, fazer outras decupagens que possam ser necessárias, como uma linha do tempo para flashbacks, progressão de machucados/acidentes, etc;
- reunir-se com os departamentos de figurino, maquiagem, arte e direção para checar as decupagens que eles fizeram em suas respectivas áreas. Assim, todos possuirão as mesmas informações, que serão acrescentadas na análise técnica sem gerar dúvidas.
- calcular quantos oitavos de página cada cena tem, gerar um total de páginas e um total de cenas no roteiro. Esta informação será importante durante a produção para que se saiba exatamente o quanto está se avançando a cada dia de filmagem;
- participar da reunião de análise técnica. Caso não seja possível, participar da reunião de plano de filmagem;
- caso a produção necessite, minutar o roteiro.
Durante a pré-produção o continuísta costuma entrar no projeto uma semana antes da filmagem, onde a análise técnica e plano de filmagem já estão prontos, podendo haver erros de informações que não foram checadas pelo departamento de continuidade a tempo. O ideal seria a participação do continuísta no processo da criação do plano de filmagem e análise técnica evitando informações desencontradas durante a filmagem.

Durante a produção, as tarefas de um continuísta são:

- minutar os ensaios;
- determinar os números de cena e plano que vão na claquete e informar aos departamentos de câmera e som;
- fazer diariamente um relatório detalhado de todos os planos rodados, contendo informações sobre o rolo de câmera ou cartão, clip (no caso das câmeras digitais), tempo de cada take e comentários sobre cada um deles, informando ao montador quais os takes válidos e alertando sobre possíveis problemas;
- fazer diariamente um relatório indicando quais cenas foram rodadas e parcialmente rodadas, os totais de planos, cenas e minutos rodados naquele dia;
- conferir a continuidade de figurino, maquiagem, cenário e objetos;
- anotar modificações feitas nos diálogos;
- ficar atento e responder perguntas sobre os enquadramentos, eixos de câmera, pontos de corte, raccord, ações, intenções e emoções dos atores. Alertar sobre eventuais problemas que possam prejudicar a montagem e orientar sobre a melhor forma de resolvê-los;
- esclarecer dúvidas sobre a continuidade que possam surgir dos diversos departamentos durante a filmagem, podendo, até, dar mais agilidade ao set.
A presença do continuísta no set não é para restringir o processo de criação, mas sim criar uma parceria, entender a linguagem do diretor e mostrar opções que o possibilitem filmar seguindo seu estilo. É o continuísta que garante, através de seus relatórios, que as opções estéticas do diretor cheguem ao montador. O continuísta é a ponte entre a filmagem e a montagem.

Um bom relatório de continuidade pode oferecer ao montador um guia para que ele possa montar o filme com mais eficiência e rapidez. Com ele, o assistente de montagem não perderá tempo localizando o material e tentando entender o que foi filmado, se valeu ou não, ou procurando referências para sincronizar o som e imagem quando, muitas vezes, são duas câmeras de dois formatos diferentes. Um relatório bem feito resulta em menos horas de ilha, deixando o processo mais rápido e objetivo.

Durante a pós-produção, as tarefas de um continuísta são:

- revisar os relatórios entregues;
- entregar o roteiro efetivamente filmado com indicações sobre o início e o fim de cada plano e modificações nos diálogos e ações do roteiro;
- esclarecer dúvidas que possam surgir com relação à montagem.

Todo esse detalhamento das nossas funções é para ressaltar que um continuísta profissional está poupando o dinheiro gasto na produção de um projeto, e não o contrário. Queremos, então, levantar a questão da defasagem do nosso cachê, o mesmo de 5 anos atrás, ao contrário de diversos departamentos que conseguem atualizar seus cachês ao negociar com os produtores. Tomando por base a tabela do Sindcine, o valor do cachê de um continuísta corresponde a 83,41% do cachê do 1º assistente de direção. Usando essa porcentagem como referência, ao invés de estabelecer valores fixos de cachê, estaremos sempre nos adequando ao tamanho e ao orçamento do projeto.

Achamos arriscado, quando se envolve tanto dinheiro numa obra, abrir mão de uma das poucas funções que domina o roteiro. O continuísta tem uma visão apurada do todo, tem consciência de cada um dos fragmentos filmados e como eles se encaixam para formar este todo. Entendemos que cada projeto tem suas especificidades. Por isso, tomamos a iniciativa de escrever esta carta e iniciar um diálogo com os produtores para esclarecer estas questões referentes as funções e responsabilidades de um continuísta e a atual situação na qual nos encontramos referente aos nossos cachês.
Segue abaixo nomes e depoimentos de profissionais cinematográficos que apóiam a função do
continuísta num projeto:

"Tendo trabalhado durante muitos anos como assistente de montagem (a pessoa que organiza e cuida da parte técnica na ilha de edição, do material para o filme ser montado) ressalto o quão importante é o trabalho do continuísta. Com os boletins nós podemos conferir se todo material se encontra disponível, corrigir possíveis erros de claquetes de imagem que não batem com áudio (o que ajuda na procura dos takes), encontrar determinados planos citados em algum momento pelo diretor além de ter documentado eventuais planos que não filmam a claquete, por correria no set. Pra mim, que trabalhei em grandes produções, os boletins de continuidade sempre foram meu ponto de partida do trabalho de organização e principalmente checagem e comprovação do que foi filmado."
Flávia Gonçalves – RJ – assistente de montagem dos projetos “Cidade dos Homens”, “O Ano que
Meus Pais Saíram de Férias”, “NOSSO LAR”, “Tropa de Elite”, “SALVE GERAL”, “Cazuza”, “Olga”, etc.

“Nessa expansão de mercado estamos deixando o cinema artesanal, onde a formação precária e a intuição predominam, para um cinema com mais recursos estéticos e tecnológicos (não arriscaria dizer “indústria”). Com isso a necessidade de se melhorar a formação desses profissionais ficou urgente. Pense que estamos num processo em que cada ação tomada agora irá repercutir na formação
futura dos novos profissionais, sejam eles da continuidade ou não. Para isso acho urgente a mudança de visão sobre a profissão dos continuístas. A continuidade não defende somente se o corte de cabelo é igual de um dia para o outro ou se o eixo está correto ou não. O continuista não “atrapalha” o diretor, como alguns dizem. Qualquer mau profissional atrapalha, e não precisa ser continuista para isso. A continuidade dialoga com TODOS os departamentos, fornecendo informações relacionadas ao roteiro e direção; e é responsável por aglutinar TODAS as informações provenientes de TODOS os departamentos em forma de relatórios, que são
fundamentais para a pós produção. A continuidade seria como um administrador do departamento de direção, calcando sua ação a partir do profundo conhecimento do roteiro filmado. Em inglês chama-se Script Supervisor não é a toa. Mais uma vez reitero o meu apoio ao seu movimento em dividir o conhecimento para um bem geral da comunidade cinematográfica.
Paulo Ricardo Numes – RJ – técnico de som dos projetos “Xingu”, “A Cadeira do Pai”, “A Festa da Menina Morta”, “Ó Pai, Ó”, “Plastic City”, etc.


“A importância do continuísta para o figurino é a cronologia que é feita por eles. É o continuísta que bota ordem na casa! Muitas vezes o roteiro não deixa claro as mudanças de dias ou tem incoerências que para o figurino são determinantes. Essa cronologia é necessária para fazermos as contagens de troca de roupa (as Rs como chamamos) de cada personagem. Pelo número de troca de roupas é que fazemos o orçamento do figurino e o guarda-roupa para cada personagem. Chamamos de ¨bíblia do figurino¨ um caderno organizado entre o figurino e a continuidade, que contém cena por cena do roteiro com os personagens principais e secundários determinando as Rs de cada um e a quantidade e especificações da figuração. Isso é maravilhoso, pois assim a equipe de figurino fica em sintonia com a filmagem diminuindo qualquer margem de erro. A bíblia também orienta a maquiagem, casting e arte que ficam com a mesma informação. O continuísta também ajuda o figurino com as determinações que vêm no roteiro sobre as roupas, como um vestido velho, uma camisa rasgada etc...
muitas vezes é necessário discutir com a direção alguns casos que não batem com o conceito pensado para o personagem. No caso de haver, por exemplo cena com sangue ou uma situação em que o ator deve se molhar é necessário ter mais trocas de roupas e o número de trocas será determinado com o diretor, primeiro assistente e continuísta para que não haja dúvidas na hora da filmagem. Apesar do figurino já ter a seu própria organização baseada na bíblia, durante as filmagens, é a continuidade que ajuda a conferir se a roupa de cada personagem está correta e em caso de refilmagem fornece todas as informações como uma dobra de manga , a posição de uma gola etc... A parceria entre figurino e continuidade é essencial para uma filmagem tranquila.
Cristina Camargo – SP – figurinista dos projetos “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, “Central do Brasil”, “Lula – O Filho do Brasil”, “Carandiru”, “Cidade Baixa”, “Terra Estrangeira”, etc.


“Pra mim o continuista funciona como um Assistente de Direção que cuida especificamente da organização da informação no set, com foco nos detalhes técnicos e artísticos das cenas captadas. Todos nós sabemos que a ordem da filmagem raramente coincide com a cronologia da obra, e o continuista é essencial no sentido de orientar o trabalho, tanto para evitar erros na filmagem quanto
municiar a edição com as informações fundamentais do trabalho. É uma figura importantissima no set, sua ausência pode gerar danos irreparáveis.”
José Roberto Eliezer – SP – fotógrafo dos projetos “Assalto ao Banco Central”, “Nina”, “Se eu fosse você”, “Cafundó”, “O Cheiro do Ralo”, “Caixa Dois”, “Cabeça a Prêmio”,”FDP”, etc.


“Para mim a continuidade é um olho da montagem na filmagem então é muito importante! Pra selecionar o material eu trabalho com o boletim de continuidade"
Willem Dias – SP – montador ds projetos “Os 12 Trabalhos”, “Nossa Vida Não Cabe Num Opala”, “Os Matadores”, “Cabra-cega”, etc.


“Apesar de negligenciada por produtores e diretores, o que é ainda mais agravante, a função do continuísta, é muito importante na realização de um filme. Subordinado diretamente ao diretor, registro o meu espanto diante de alguns diretores desprezarem essa função. Como ex-continuísta sei da importância que tive durante as filmagens de filmes como "Vera", "Festa", "Kuarup" e como os
diretores precisavam do meu trabalho e apesar de muitos diretores hoje acharem que não, sim, eles precisam de um continuísta durante as filmagens.
Copio um texto de um professor de cinema americano sobre as responsabilidades de um continuísta: "... entender como o filme sera editado e, durante as filmagens, monitorar continuamente que palavras, ações, objetos e figurinos são usados de uma tomada a outra. O continuísta, também chamado de supervisor de roteiro, ajuda o diretor garantindo que haja cobertura suficiente de cada
cena e, quanto tempo e recursos devem ser poupados, é capaz de definir o que pode ser omitido ou encurtado. Filmar em vídeo simplifica a conferência do conteúdo de uma tomada, embora a torne lenta, mas filmar em película não permite tal registro até que os copiões tenham sido revelados. Se uma tomada deve corresponder a outra confiavelmente, você precisará de um observador com olhos de águia que registre cada variável significativa, não importanto qual método de filmagem você use... Em filmes estudantis, quando o diretor não consegue encontrar um continuísta, já presenciei o montador executar essa função. A motivação de executá-la certamente existe." (Direção de Cinema Técnicas e Estética, Michael Rabiger, 2007
Inês Mulin – SP – assistente de direção dos projetos “Chega de Saudade”, “Sábado”, “Bicho de Sete Cabeças”, “Durval Discos”, “Kenoma”, “As Melhores Coisas do Mundo”, etc.


“Muitas vezes os boletins de continuidade nos apontam para cenas que ainda não vímos e que se perdeu dentro imensidade de material bruto, assim como o link com as informações de áudio são essenciais muitas vezes para sincar o material.
Laura Futuro – SP - coordenadora de pós-produção dos projetos “FDP”, “O Samba que Mora em Mim”, etc.


“Cá estou eu em mais uma roda de fogo, trabalhando na minissérie "Dercy". Pode imaginar cem anos daquela louca deliciosa e um século de Brasil? O que eu posso fazer sem uma continuista que me diga- "Anna, Allloooou,estamos em 1951?" Nada! Lógico que eu sei que estamos neste ano e não em 1971, mas o continuista faz toda diferença. Faz toda diferença quando me alerta que ela estava
descabelada.Tinha vindo de uma briga com o amado, o spray de cabelo deveria estar em qualquer lugar menos na cabeça desta personagem. Obrigada por existirem!
Anna Van Steen – SP – maquiadora dos projetos “Xingu”, “Lula – O Filho do Brasil”, “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, “Cafundó”, “Carandiru”, “Cidade de Deus”, etc.


“A presença de continuísta em qualquer projeto de dramaturgia é essencial, uma peça chave que trabalha junto com a direção, arte, figurino e maquiagem. A economia feita em não ter no projeto, acaba se perdendo no tempo perdido em cada questão que a continuista
já resolveria na hora. Principalmente depois na edição, os erros surgem e mais tempo e dinheiro perdido para conserta‐los.
Quando entro em um projeto, logo pergunto quem será a continuista.
Caia Guimarães – SP – figurinista dos projetos “Cristina Quer Casar”, “As Melhores Coisas do Mundo”, “Família Vende Tudo”, etc.


“Desde 2008 trabalho como Assistente de Edição de projetos de cinema e televisão que utilizam um “método” mais clássico de trabalho e tem grande veiculação na mídia. Nessas experiências, tive a oportunidade de trabalhar com diferentes continuístas e o pior, trabalhar em projetos que não tinham um continuista. Nas boas experiências, aprendi a usar o trabalho desses profissionais como mapa, receita, roteiro, do que havia sido filmado ou não no set. Comentários essenciais de chefes de equipe do set chegavam a mim e eram passados para o editor, comentários e opiniões do diretor, take a take, da mesma maneira eram repassados. Uma ponte crucial entre o time dos roteiristas, o set e a ilha de edição! Muitas vezes inclusive em pré-produção já recebia tabelas decupadas por período do dia, ambientes, que foram usadas sempre para facilitar a “leitura” do material bruto. Um trabalho muito
difícil de ser realizado, mas quando bem feito, trazia grandes diferenças para a ilha de edição. (Alguns inclusive já com fotos do video assist, plano a plano, ilustrando sobre qual take era aquela ficha!) Isso sem falar na organização básica, numérica, de sequencias, planos, takes e principalmente ao serem utilizadas duas ou mais câmeras. Saber se a claquete foi feita corretamente ou se ocorreu algum engano, diponibilizar pro tecnico de som direto informações precisas sobre os planos, enfim, o trabalho do continuista sempre acelerou meu processo de organização e sync e consequentemente disponibilizava com mais agilidade e detalhamento esse material para o editor. Lembro de utilizarmos a pasta de continuidade (com fichas bem feitas e bem completas, claro) como um livro sagrado dentro da ilha de edição. Não se encostava no material ou nem se digitalizava algo se não tivessem chegado as fichas, e até o corte final a pasta era checada! Fico surpreso ao ver que cada vez mais tem se substituido a função de um continuista por um logger ou um estagiário, ou até mesmo eliminando essa função do orçamento. Posso assegurar que os trabalhos que realizei sem um continuista demoraram pelo menos o dobro de tempo para serem organizados, sem falar na qualidade da organização (“leitura”) do que ocorreu no set, diminuindo consideravelmente a qualidade final do corte, ou levando muito mais tempo de edição com o diretor.
Alexandre Palo – SP - editor e assistente de edição dos projetos “Lula – O Filho do Brasil”, “Vips”, “Quebrando o Tabu”, “As Brasileiras”, etc.
Isabel Valiante – SP – assistente de direção dos projetos “A Cadeira do Pai”, “Antônia”, “Alice”, “Filhos do Carnaval”, etc.
Mayra Ferro – SP – finalizadora do filme”Xingu” e assistente de direção em publicidades.
Marcelo Cordeiro – SP – assistente de direção dos projetos “FDP” , “Estação Liberdade”, “Fios de Ovos”, e diversas publicidades.
Letícia Giffoni – SP – montadora dos projetos “Lula – o filho do Brasil”, “A Suprema Felicidade”, “Última Parada 174”, “Caixa Dois”, etc.
Suzy Milstein – SP – assistente de direção dos projetos “O Lobo atrás da porta”, “Vips”, “O Gorila”, etc.
Daniel Rezende – SP – montador dos projetos “Cidade de Deus”, “A Árvore da Vida”, “360”, “Tropa de Elite”, “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, “Diários de Motocicleta”. Etc.
Thiago Villas Boas – assistente de direção dos projetos “FDP”, “Amore m 4 Atos”, “Boca do Lixo”, “Antônia”, etc.


Agradecemos a atenção e estamos disponíveis para quaisquer esclarecimentos.

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